quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A vinda dos Salvatorianos para Barbalha

 A VINDA DOS SALVATORIANOS



A ordem do divino salvador se instalou em Barbalha com o objetivo de oportunizar melhoras para o barbalhense, tanto no que diz respeito à saúde, como também a educação, teve seu forte, este último. O centro de melhoramento através da pessoa de Antônio Costa Sampaio, um de seus maiores idealizadores, convidou a comunidade Salvatoriana para aglomerar empenhos, na instrução religiosa e educacional de Barbalha. Assim comentou o historiador Napoleão Tavares Neves no seguinte trecho extraído:
“Assim por consentimento de Dom Francisco de Assis Pires, 2º Bispo de Crato, em 1946, chegou a Barbalha o primeiro padre salvatoriano apenas em título de experiência: padre Afonso de Oliveira Lima. Padre Afonso gostou de Barbalha e não vacilou em trazer uma ordem Salvatoriana para cá em definitivo no dia 8 de dezembro de 1947 foi constituída oficialmente a primeira comunidade Salvatoriana integrada pelos padres: Afonso de Oliveira Lima, o pioneiro, Carlos Marques Vieira e Otávio de Sá Gurgel que ficou sendo pároco e em cujo paroquiato aconteceu o célebre congresso eucarístico paroquial que tantos frutos espirituais nos trouxeram. (Neves, 80 e 81: 2000).
    Nessas belas colocações do historiador e pesquisador supracitado percebemos os recursos trazidos pelos padres salvatorianos a terra de Santo Antônio. Vale salientar as pessoas dos padres José Correia falecido a 22 de dezembro de 1945, que antecedeu ao padre Afonso de Oliveira Lima, este da ordem dos salvatorianos, o pioneiro, empossado no mês de setembro de 1946 por D. Francisco de Assis Pires (Idem/2000) como prosperou da semente da vinda da família salvatoriana em Barbalha.Com o advento da Ordem Salvatorianos, os filhos ilustres de Barbalhenses viram outra alternativa às escolas de Recife. A educação dos barbalhenses, agora estava praticamente tomada pelos ideais dos padres salvatorianos e ordem das Beneditinas. Aquele, ora, instalava o Colégio Santo Antônio com certeza, o maior ícone de educação do interior nordestino, está por sua vez o Colégio Nossa Senhora de Fátima, dois desbravadores no âmbito escolar.“Com a presença entre nós dos padres salvatorianos na paróquia foi mais fácil a vinda dos mesmos para o Ginásio Santo Antônio, certamente o primeiro brado de independência de Barbalha no sentido de quebrar as amarras de Crato e Juazeiro no setor instrução de sua juventude (Idem, 81).
   Desta forma prevalece o raciocínio de que os salvatorianos foram primórdios na instrução dos jovens estudantes barbalhenses. Deste ínterim o nome daquele que mais tarde se tornaria um marco na irrefutável evolução eclesiástica de Barbalha, destacou-se padre Agostinho Mascarenhas que ocupou o cargo de direção do Ginásio Santo Antônio, com seu caráter de educador e inteligência singular levou o nome daquele espaço educacional aos limítrofes da região. Sucedeu ao padre Agostinho Mascarenhas o padre Paulo de Sá Gurgel. Logo após este, o padre de origem Alemã, padre Erfo Roters, como reconhecimento “(...) até Rua em Barbalha com seu nome, sinal de que deixou pegadas indeléveis na face da nossa comunidade” (Idem, 83: 2000). Depois foi a vez de Padre Marcelo Coser, sobre este ementa o trecho abaixo:
 “Foi ele o criador do Centro Social Santo Antônio que estava destinado a prestar grandes serviços a Barbalha, (...). (Grifo nosso). Foi ele também que denominou as UDAS, Unidades Distribuidores de Assistência Sanitária, que a paróquia, através da diocese do Crato, dava ao povo de Barbalha e do Cariri, em convênio com o ministério da saúde, para combater o tracoma” (Idem, 83: 2000).

Em relação a citação acima, percebemos que a ordem do divino salvador trouxe a Barbalha, em parceria com os órgãos públicos, veículos que viabilizaram a redução de injustiças sociais, no que diz respeito à saúde, a exemplo, a erradicação do tracoma. Em seguida veio o padre Eusébio de Oliveira Lima, filho de Limoeiro do Norte, cujo paroquiato foi longo em dias e fecundo em obras.

“Padre Eusébio de Oliveira Lima fez profundas reformas na Matriz de Santo Antônio, dotando-a de piso novo, teto novo de Brasilit, bela mesa para o sacrifício da missa, moderno serviço de som e gradilho em torno de sua área externa, afora outros melhoramentos, tais como, nova bancada, móveis, etc. (...). (Grifo nosso). (Idem, 83: 2000).
   Dentre os padres Salvatorianos, padre Eusébio de Oliveira Lima, merece destaque, pois seus feitos enaltecem Barbalha até hoje, marca como o Hospital São Vicente de Paulo, que tornou Barbalha célula da saúde do interior do Estado do Ceará, reformas urgentes como as que foram realizadas na Capela do Bom Jesus dos Aflitos, no Caldas, falam por si mesmas. Como ementa o seguinte texto:
“Padre Eusébio de Oliveira Lima, reformou quase todas as capelas da zona rural, inclusive reconstruiu quase todas as capelas da zona rural, inclusive reconstruiu a capela do Caldas e sua casa paroquial (...). (...) fundou a casa do ancião de Barbalha, o portentoso salão paroquial, concluiu o magnífico Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo, com os vultuosos marcos que a Alemanha nos mandou através da Miserior (Idem; 84: 2000). (Grifo Nosso).

Dinamismo deste grande bem feitor de Barbalha, missionário do divino salvador e amigo dos pobres fez e fará com que a terra de Josafá Magalhães se orgulhe de ser barbalhense. Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo “perenizará os seu nome e o nome da obra do divino salvador na consciência de nosso povo. Sua inauguração aconteceu em 1º de maio de 1970, sendo entregue ao zelo da ordem Beneditina Missionária capitaneada pelo dinamismo e idealista da irmã M. Deltraut Lerch” (Idem, 84: 2000).

   Padre Eusébio saiu após 24 anos com uma enorme lista de trabalhos sociais e religiosos como já comentamos. Em seguida veio o padre Renato Simonetto, para dar mais uma pincelada a obra iniciada pela ordem Salvatoriana. Este de Santa Catarina, com sotaque característico de sua região, infelizmente ficou por apenas 02 anos na paróquia. Padre Renato durante seu paroquiato teve a preocupação de “recuperar o patrimônio material da paróquia, muito descurado e o fez com muita determinação, ajudado pelo conselho administrativo paroquial criado em seu paroquiato em 17 de março de 1986”. (Idem, 84: 2000).

Para substituir padre Renato Simonetto, veio o padre Constante Danielewicz, apresentava comportamento democrático, costumava dialogar com jovens da comunidade, pregava discurso próximo a realidade de sua época, produzia sermões que atraiam a atenção da comunidade, assim citou Napoleão Tavares Neves a seu respeito “foi o pároco eminente, democrático sem ser desleixado, excelente pregador da palavra do altíssimo Senhor Jesus Cristo, moderno sem ser iconoclasta” (Idem, 85: 2000).

Dentre seus feitos na paróquia de Santo Antônio, destacam-se:

“Comprou um terreno onde construiu a capela da Bela Vista e o seu centro catequético. Começou também a construção da capela do Alto da Alegria. Continuou com a organização das escrituras do patrimônio paroquial de Barbalha, trabalho que foi começado pelo padre Renato Simonetto” ( Neves: in Queiroz e Teixeira, 9: 2003).
Vale salientar que padre Constante, pediu para sair da ordem do divino salvador, iniciando sua vida missionária a frente da congregação dos padres seculares. Desta feita foi residir na capital Recife durante seis anos, regressou a família salvatoriana no ano de 1997, escolheu a capital do Ceará, Fortaleza, para sua residência.

Depois de Padre Constante foi à vez de padre Antônio Amaro vindo da paróquia da Imaculada Conceição CS. Sua temporada a frente da paróquia de Santo Antônio durou apenas 3 anos, de 1989 a 1992, de seus feitos destacam-se: conclusão das capelas iniciadas durante o paroquiato de padre Constante Danielewicz. As atividades na comunidade eram notórias durante seu paroquiato. Idas e vindas nas zonas urbana e rural, faziam do padre Antônio Amaro um grande sacerdote a serviço do Senhor Jesus Cristo, bastante democrático, modesto sem ser iconoclasta. “Realizou também recuperações na Igreja Matriz de Santo Antônio, aumentando inestimavelmente o número de bancos e colocou vitrais coloridos nas capelas laterais” (Neves, Idem, 9: s/d).

Para administrar a paróquia de Santo Antônio, regressou de Fortaleza à terra dos verdes canaviais a pessoa do padre Renato Simonetto, já bastante conhecido entre nós “pela segunda vez reside em Barbalha como pároco, chegando no ano de 1993” (Neves, Idem, 9: s/d). Padre Renato Simonetto, teve a oportunidade de realizar obras importantíssimas para o crescimento das atividades paroquiais, com o acréscimo de católicos e a necessidade de um local para a instrução catequética, ele levantou campanhas e construiu o centro de pastoral, onde hoje acolhe jovens para assistirem aulas de catecismo: primeira eucaristia, crisma e reuniões paroquiais. Outra obra atribuída ao dinamismo de Padre Renato Simonetto, foi a reforma no órgão da igreja:

“O órgão foi inaugurado no dia 21 de março de 1954. O pároco, Padre Erfo Roters e o Bispo da diocese Dom Francisco Pires. O órgão de acordo com o livro Tombo, de nossa igreja foi fabricado em Novo Hamburgo/RS, a empresa que não mais existe era do Senhor Edmundo Bhom. Para trazê-lo de Santa Catarina até aqui, levou-se em torno de 24 dias, pois o órgão, por informação nos dada, pesa mais de 5 toneladas. O órgão possui 19 registros (Sons), dois manuais (para o teclado de cima e para o de baixo), e uma pedaleira que é tocada com os pés, e emite os sons mais graves. Também possui mil tubos (flautas que emitem os tons), medindo a maior flauta mais ou menos três metros” (Neves, in Queiroz, 9: 2003).

Padre Renato Simonetto sem sombra de dúvidas fez do espaço sagrado também, um momento para refletir sobre a importância da música em nossa vida. Por vezes trouxe a nossa paróquia músicos clássicos, como alternativa de cultura para o nosso povo.

A Paróquia de Santo Antônio de Barbalha, depois do paroquiato de Padre Renato Simonetto ficou sob a administração de Padre Leomar Deon de 2002 a 2007. Este por sua vez foi o grande incentivador da ereção da nova paróquia de Barbalha, Paróquia de São Vicente de Paulo no bairro Alto da Alegria; sobre a qual comentamos neste trabalho.
 A diocese do Crato sob a orientação de Dom Fernando Panico, trouxe a Barbalha de volta Padre Renato Simonetto, iniciando o seu paroquiato a partir do início de 2008 até os nossos dias (Dados fornecidos pela Secretaria da Paróquia de Santo Antônio, onde consta relação dos párocos da Paróquia de Santo Antônio de Barbalha de 1841 a 2008).

                                                 por prof Umberto Brito
 
fonte:Maria Zuleide de Lima Nogueira
igreja católica em Barbalha:comunidade em Ação

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