terça-feira, 6 de agosto de 2013

RELIGIÃO: O SER HUMANO E SUA RELAÇÃO COM DEUS



            Desde o início da criação humana a figura de um Deus esteve presente no imaginativo do ser humano. Por conseguinte a obstinação na busca de respostas que poderiam de fato provar a existência de um Deus tem acompanhado toda à história da humanidade. Haja vista que o conceito de criação do mundo faz alusão a um ser divino, pois o ser humano, mesmo nos dias de hoje não consegue comprovar e provar a existência ou não de Deus. Analisando o texto bíblico encontramos a origem do mundo com toda a sua plenitude de vida centralizada no divino. Neste texto, Deus o todo poderoso, é o sujeito preponderante da origem de tudo. “A Terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus, disse: “Faça-se a luz”! E a luz foi feita” (Gen. 1, 1:2:3, in Castro). O ser humano viveu o seu momento crucial da sua religiosidade durante a idade média, quando o mundo mergulhou no "tudo pela fé", fazendo adormecer os elementos experimentais da razão. A sociedade européia, em todos os seus aspectos, tais como: social, econômico e político se resumiam ao crivo da igreja católica de Roma. Quando Portugal se tornou independente em 1143, o europeu não tinha muita escolha, haja vista que a relação com Deus estava diretamente vinculada com a igreja, ou seja, não bastava simplesmente falar com Deus, teria que falar com os representantes do papa, pois nesta época se fortalecia o cristianismo na Europa e o seu representante maior era o papa. Como ementa o texto abaixo:

"Na Europa o ser humano medieval vivia imerso no catolicismo desde o nascimento até a morte. Todos os momentos significativos de sua existência eram marcados pela presença da igreja, e não ser católico significava estar praticamente à margem da sociedade. A prosperidade que marcou a alta idade média fortaleceu ainda mais a igreja, que centralizou seu poder no papa, desafiando reis e imperadores e provocando o movimento das cruzadas". (Grifo nosso). (Pinheiro, 22: 2002).

            Os questionamentos que produzem as mudanças de intelecto humano estão relacionados com o contexto histórico em que ele vive, e a concepção de Deus pode variar, tanto quanto sua aproximação de Deus. Os pensamentos que engendraram o coloquial: "Deus criou o ser humano, ou o ser humano criou Deus", tem seu significado típico de quem busca respostas constantemente, assim sendo o ser humano o seu maior exemplo uma vez que estas indagações repercutem nas transformações do meio em que se relaciona com a comunidade promovendo um lugar mais cômodo para sua vida, a exemplo disto: desenvolveu técnicas que facilitam tanto a agricultura quanto aos seus conceitos de cidadão. E numa perspectiva a imagem de Deus é fundamental hoje, visto que crer em Deus significa também ter esperança de um mundo melhor, arraigado de justiça social e igualdade para todos.
            No início da criação a relação de Deus com os homens era visível, pois Adão conversava com Deus como quem "troca uma prosa" com os amigos. Vale frisar que o ser humano é a própria imagem e semelhança do criador, fato que o aproximou ainda mais, sobre tudo no tocante a intimidade com Deus, o que o ser humano precisava era apenas esticar o braço e ali estava, de modo que o seu relacionamento com Deus o favorecia neste sentido, uma vez rompido, não mais o teria. Desta feita andavam juntos, relacionamento e a posse do paraíso. No trecho que o autor ementa:

“Assim como a terra foi criada perfeita, também o ser humano o foi, pois Adão não tinha um olho só e muito menos sofria de qualquer tipo de enfermidade. Não! Ele foi criado a imagem e semelhança do altíssimo, o perfeito era em todos os sentidos (...) A natureza colaborava com o ser humano até então, pois este não precisava suar para tirar o fruto da terra, pelo contrário, a terra gentilmente produzia todo o seu sustento, porque ele e a terra eram irmãos pela criação divina. Houve então, revolta de sua parte para com o ser humano, pois este se rebelara contra o seu criador”. (Macedo, 12: 2000).

            Na perspectiva de Macedo, a cisma entre Deus e o ser humano significava também a perca do direto a vida no paraíso, recinto onde tudo lhe era favorável, e sua quebra poderia de imediato a favorecer sua saída daquele lugar e por conseqüência uma vida distante de Deus sem os privilégios que antes Deus lhe concedia. "Hoje vemos o quanto o ser humano luta para extrair da terra o seu pão de cada dia, muitas vezes sem nenhum sucesso, sendo por isso mesmo tragado pela fome, miséria e desgraça” (Macedo, idem).
            Na idade média, o ser humano se aproximou de Deus, em sua maioria pela a necessidade, como já comentamos. Os conflitos gerados então fizeram com que pessoas almejassem o fim desse relacionamento com Deus, por conseguinte surgirão os pensadores com suas teorias e apresentando argumentos que lavaram as modificações na estrutura religiosa européia em consonância com as mudanças sociais e econômicas, fato este que comentaremos mais tarde.
            Nesse intere o ser humano moderno se pergunta por que acreditar em Deus, por que deve manter o seu relacionamento com Deus. Estas indagações surgem como reflexões para a humanidade que se vê desnorteada diante de tantas formas de Deus. E o encontro do materialismo fascina muito mais do que os espaços das igrejas que pregam uma vida de renuncias em troca de uma vida eterna no paraíso, depois da morte. Mesmo nesta assertiva o ser humano moderno busca satisfazer suas ansiedades espirituais. Sobretudo na busca de respostas que reatem o seu elo com Deus. Nesse pensamento Pinheiro, ementa:

“O que tornou a religião mais enigmática ainda é o fato de que, apesar de não entender as suas origens - ou talvez precocemente por não entendê-las, o ser humano não consegue se desvincular do seu fascínio. Na realidade, não se tem noticia de cultura alguma que não a tenha produzido, de uma forma ou de outra” (Alves, 22: 1988.).

            Neste pensamento encontramos base para o que afirmamos antes, haja vista que este intelecto nos leva a concluir que a busca constante do ser humano, perpetua pelas respostas em detrimento da brevidade de sua vida no plano terreno. E a incerteza da vida após a morte levou os seres humanos a postar o fim como em toda a sua plenitude ou se lançar no ateísmo por completo, encontrando assim a adaptação a brevidade da vida como já falamos.
            O elemento morte certamente é crucial para que o ser humano nunca se esqueça de Deus, e é aí onde o ser humano moderno vê como resposta para a prática de sua religiosidade – morte representa a parte da vida não conhecida. Por isso o ser humano moderno tentou sufocar a existência teocêntrica da vida, desenvolvendo teorias, que lhe tragam melhor satisfação para o seu ego.
            Vejamos neste trecho o que Alves comenta:

“Durante algum tempo tornou-se moda falar no fim iminente da religião, foi proposta, durante o século passado, a teoria de que a religião nada mais era que uma reminiscência, que o ser humano guardava de um período primitivo do seu desenvolvimento. Ignorando as causas reais que movimentam o universo, assombrado pelo aspecto da morte, aterrorizadas pelos fenômenos naturais que não podia compreender transportado para mundos estranhos, nas suas experiências de êxtases e de sonhos – numa época anterior a ciência – o ser humano teria sido levado a imaginar a existência de uma dimensão invisível da realidade, um mundo misterioso habitado por deuses, demônios e espíritos e movidos por forças mágicas” (Alves, 59: 1993).


            Portanto percebemos que mesmo o advento das teorias do iluminismo não foi capaz de separar o ser humano de seu criador, uma vez que até o momento não houve uma comprovação exata da existência ou não de um Deus que esta acima de todas as coisas. Na dúvida uns apostam na prática da religião, enquanto outros tentam encontrar a luz das teorias, uma explicação que lhes favoreça dados capazes de embasar o seu pensamento ateu, para tanto ementa Alves, “Quando tudo parecia anunciar os funerais de Deus e o fim da religião, o mundo foi invadido por uma infinidade de novos deuses e demônios, e um novo fervor religioso, que totalmente desconhecíamos, tanto pela sua intensidade quanto pela variedade de suas formas, enche os espaços profanos do mundo que se proclamado secularizado” (Alves, 12: 1988). O relacionamento entre Deus e o ser humano perfaz toda a história, quando a ciência com seus experimentos, acreditam no fim da religião, ela reaparece cada vez mais imponente. Desta feita percebemos o julgo de consciência do ser humano em reatar o elo perdido nos tempos do Jardim do Édem.


Fonte:  MARIA ZULEIDE DE LIMA NOGUEIRA -  IGREJA CATÓLICA DE BARBALHA – COMUNIDADE EM AÇÃO

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Assista à entrevista exclusiva com o presidente internacional da SSVP



  Recentemente em visita ao Brasil, o presidente internacional da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), confrade Michael Thio, concedeu uma entrevista exclusiva para a Ozanam.tv.
  Durante 4 minutos, ele comentou sobre a importância da juventude dentro da instituição, além de transmitir uma mensagem enviada pelo Papa Francisco. “O Papa Franscissco me pediu que, quando encontrasse vicentinos, agradecesse a eles pelo trabalho maravilhoso que estão fazendo em servir Cristo nos Pobres. Também mandou continue lendo  


DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL

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