quinta-feira, 10 de março de 2011

Vicentinos de Barbalha são gratos pelos trabalhos dos Salvatorianos em função dos pobres de São Vicente

                                                                      * Por prof. Umberto Brito

A Sociedade de São Vicente de Paulo começou suas atividades sociais em Barbalha no ano de 1895 e eu diria um pouco antes com a conferencia Imaculada Conceição de Maria que realizava seus trabalhos no interior da paroquia de Santo Antônio. Quando aqui chegaram, na cidade de Barbalha, os Salvatorianos se identificaram com o povo Barbalhense e construíram a partir dai laços que o tempo não soltará. A parceria entre Vicentinos e Salvatorianos foram importantes para saciar a fome de muitos pobres do Município de Barbalha, a construção de centros educacionais e dispensários dos pobres tornou-se um elo na corrente da promoção humana em aspecto físico e social, assim eu diria. As atividades dos Salvatorianos expostas aqui neste blog, é apenas um ponto daquilo que está escrito no coração do povo barbalhense, e, sobretudo na literatura tão bem trabalhada por historiadores de Barbalha, a exemplo o grandioso Dr. Napoleão Tavares Neves, nome de integridade moral e intelectual, com gabarito mais que suficiente para escrever a historia da terra de Santo Antônio, Barbalha: cidade do interior do Ceará com a maior festa religiosa do interior do nordeste. Os vicentinos de Barbalha agradecem ao Capitulo Provincial pelos trabalhos em função dos pobres de São Vicente e o carinho com o povo barbalhense. Desta feita deseja ao pároco de Barbalha, Pe. Renato Simonetto vida longa; e a Ordem Diocesana de Crato/CE boas vindas, pois nós vicentinos estaremos prontos para juntos continuarmos a obra de Nosso Senhor Jesus Cristo aqui em Barbalha. Ementa o texto abaixo extraído de www.diocesedecrato.org sobre o assunto assim como também carta ao povo barbalhense do diretor provincial:

“Por decisão do Capítulo Provincial os padres da Sociedade do Divino Salvador – Salvatorianos – deixarão o serviço pastoral da paróquia Santo Antônio em Barbalha-Ce, depois de 63 anos de presença oficial como comunidade salvatoriana. Segundo o escritor Napoleão Tavares Neves: ““... no dia 8 de dezembro de 1947 foi constituída oficialmente a primeira comunidade salvatoriana integrada pelos padres Afonso de Oliveira Lima [que foi o 1º bispo de Brejo-MA], o pioneiro, Carlos Marques Vieira e Otávio de Sá Gurgel que ficou sendo o pároco...” O motivo apresentado pelo provincial, Pe. Nelson Barbieri, entre outros, foi à escassez de sacerdotes para tantas obras.

Atualmente a paróquia conta com a solicitude pastoral do Pe. Renato Simometto - SDS, que como pároco realiza com alguma dificuldade suas funções, devido sua idade avançada, auxiliado por outros padres salvatorianos na medida em que podem vir à Barbalha.

Não sem angústia, a Diocese acolheu a decisão da Província Salvatoriana no Brasil e formula os mais sinceros agradecimentos por todo o bem que a presença salvatoriana realizou na história de Barbalha não só no campo espiritual e na organização pastoral daquela comunidade, mas também no trabalho pioneiro realizado no campo da educação e formação, sobretudo dos jovens em momentos importantes e decisivos da história do seu povo.

A partir do dia 30 de janeiro serão acolhidos na casa paroquial 10 seminaristas do ano propedêutico do Seminário Diocesano São José; e para o serviço pastoral serão enviados como vigários paroquiais os padres Cícero Alencar Ferreira e Antônio Audízio Nunes, este ultimo será diretor do propedêutico.”


Carta enviada pelo Provincial dos Salvatorianos.


“Ao querido povo de Barbalha

Há várias décadas nós salvatorianos chegamos aqui em Barbalha com o propósito de continuar anunciando o Evangelho. Desde o início encontramos no povo de Barbalha, acolhida, amor ao evangelho e participação. Graças a essa colaboração mútua conseguimos fazer o bem e ajudar no crescimento espiritual e educacional de muita gente que aqui viveu e vive. Criamos vínculos que nos unem para sempre. Por aqui passaram muitos salvatorianos, alguns dos quais a maior parte de suas vidas aqui. Quem de vocês não lembra dos padres Agostinho e Paulo enterrados nos átrios da Igreja Matriz?

Para nós salvatorianos chegou a hora de nos despedir desta comunidade querida e generosa. É com muita dor que o fazemos. Vários motivos nos levam a essa difícil decisão. Entre eles podemos apontar:

1) Já há vários anos estamos sentindo a dificuldade de manter todas as nossas obras, paróquias, colégios, missões, casa de formação, devido ao número sempre menor de vocações sacerdotais;

2) Nossos padres foram envelhecendo e as solicitações de trabalhos aumentando, sobrecarregando em demasia nossas forcas limitadas, ficando impossibilitados de manter todos os compromissos que foram se acumulando.

3) Os apelos missionários de várias regiões do Brasil e da África solicitando nossa ajuda ;

4) Nosso Fundador Pé. Jordan e nosso carisma salvatoriano que nos dizem «Ide pelo mundo afora e anunciai o Evangelho a todas as criaturas» e «não descansem enquanto houver alguém a ser salvo».

Diante de tantos desafios nós salvatorianos fomos, como que forçados por essa realidade a fazer um discernimento sério e corajoso. Há vários anos começamos um processo de amadurecimento em decisões que devíamos tomar tendo em vista nosso carisma e missão como salvatorianos. Nossa pergunta foi: onde, como e com que meios realizar melhor nosso carisma e missão? Num processo, onde foram envolvidos todos os salvatorianos no Brasil, contando com a colaboração de outras pessoas que nos ajudaram a analisar nossa realidade, fomos levados a tomar algumas decisões difíceis. Entre elas, o encerramento de atividades na área da educação, fechando dois colégios e uma Faculdade (um aqui de Barbalha, Santo Antônio, os dois outros em São Paulo), entregamos também algumas paróquias (Divino Salvador em Campinas, N.Sra. da Esperança em São Paulo, N. Sra. Fátima em Patos Paraíba, São Pedro em Pinheiro Preto, SC, Nossa Senhora do Rosário em Campo Limpo Paulista, SP, São Bento em São Paulo, SP) e agora com muito pesar chegou a vez de Santo Antônio de Barbalha.

E verdade também que nesse tempo iniciamos outras obras missionárias, como uma região na Diocese de Brejo, Maranhão onde atendemos 3 paróquias que não tinham padres há muitos anos. Atendendo o apelo missionário de nossa Congregação, assumimos uma missão em Moçambique, na África.Ao deixar Barbalha queremos deixar nossos sentimentos de eterna gratidão pela acolhida calorosa que sempre recebemos, bem como a colaboração e adesão ao Evangelho. Como não levar em nossas saudades o dia-a-dia do trabalho da paróquia com a assistência espiritual e atendimento de outras necessidades que estiveram em nosso alcance? Como não recordar as grandes celebrações festivas aqui realizadas, de modo particular a festa de Santo Antônio, nosso querido padroeiro?

Queremos levar conosco também a solidariedade e compreensão do povo de Barbalha que estará conosco onde estivermos. Saibam que nossa saída daqui é difícil e dolorosa para nós. Ouvimos os apelos da comunidade que nos pedia para ficar. Contudo, temos ciência da fé profunda que anima o povo desta comunidade, que já não depende de nós salvatorianos para mantê-la, porque ela está enraizada no coração de cada um como fonte de vida. Essa certeza nos consola, porque sabemos que a comunidade continuará na unidade e colaborando com quem vier nos substituir. Uma mesma fé e missão nos une.

Saibam que vocês abrindo mão de nossa presença aqui, estão colaborando conosco para continuarmos nossa missão em outros lugares mais carentes, como a Diocese do Brejo no Maranhão e nossa missão em Moçambique na África.

Diante das decisões tomadas pelo Capítulo Provincial, que é o órgão maior de nossa Província, restou a mim Provincial, junto com o Conselho Provincial, executar esta decisão. Para encaminhá-la fomos falar com o Bispo Dom Fernando Pânico, Bispo da Diocese de Crato, expondo nossos motivos e ele, embora nos incentivasse a continuar aqui, acolheu nossos argumentos e nos pediu um prazo até a Páscoa de 2011 para nomear um novo Pároco que viesse assumir a Paróquia.

Reafirmamos, que a nossa dor ao entregar esta Paróquia não é menor que a dor do povo de Barbalha. Não teríamos tomado esta decisão se tivéssemos padres suficientes para atender todas as nossas obras. O povo de Barbalha é testemunha de nossas dificuldades. Nestes últimos anos, o Pe. Simonetto, hoje com 78 anos e com limitações de saúde, assumiu com muita garra os trabalhos de Pároco desta Paróquia. Tivemos dificuldades para designar um vigário paroquial para ajudá-lo. Além dos padres de Fortaleza que se revezaram em finais de semana, também passou por aqui o Pe. Jurandir, o Pe. Itamar, o Pe. Ivaldo, todos por dois ou três meses, para aliviar a carga do Pe. Renato.

Pedimos a todo o Povo de Deus de Barbalha, que entenda esta decisão do nosso Capítulo Provincial e acolha o futuro pároco para que o mesmo possa fazer um trabalho tão bom ou melhor que o desempenhado pelos salvatorianos durante esses muitos anos nesta Paróquia.

Que o Divino Salvador os abençoe hoje e sempre !

São Paulo 24 de dezembro de 2010.

Pe. Nelson Barbieri

“Diretor Provincial.”

Neste pensamento rezaremos sempre ao Bom Divino Salvador para que derrame as infinitas graças sobre todo o povo de Deus.

*presidente do Conselho Particular de Barbalha da Sociedade de São Vicente de Paulo.

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